Tinha um mosquito que morava no meu quarto que vinha me comendo um pouquinho a cada noite. Até aí tudo bem. Nada demais.
Fosse ele discreto, objetivo e evitasse os membros superiores, não seria assim um drama. Mas ele insistia em sobrevoar meu ouvido com vôos rasantes e isso me fazia perder a paciência, assim como o sono também.
Fosse ele discreto, objetivo e evitasse os membros superiores, não seria assim um drama. Mas ele insistia em sobrevoar meu ouvido com vôos rasantes e isso me fazia perder a paciência, assim como o sono também.
Eu me auto-acordava com tapas na orelha, quase já iniciando uma conversa de negociação com o inseto: Porra, quer morder, morde, tenho um pé enorme e gordinho onde tenho a certeza de que você poderia se abastecer tranquilamente sem causar tumulto.
Ia fazer xixi e quando voltava, já de luz acesa, ficava quase como um ninja me perguntando onde ele poderia estar agora, escondido em tantas possibilidades de esconderijos possíveis.
Certamente ele estaria me olhando me achando louca na sua cruel satisfação em me irritar. Porque era intencional, era pessoal, estava cada vez mais segura disso.
Por fim acabava voltando pra cama.
Ou ligava o ventilador no máximo mesmo em noites mais frias, ou colocava almofadas na minha orelha, o que é um saco, além do calor eu me mexo muito. Madrugadas seguidas dessa forma.
Até que na última quarta mudei de estratégia.
Na primeira manifestação do dito inseto, me levantei calmamente, segura do que estava fazendo. Sem me bater, mudinha fingi que ia fazer xixi.
Até que na última quarta mudei de estratégia.
Na primeira manifestação do dito inseto, me levantei calmamente, segura do que estava fazendo. Sem me bater, mudinha fingi que ia fazer xixi.
Faço muito isso então não havia chance de levantar suspeita.
Deixei passar 2 min. e voltei pé ante pé para o quarto.
E lá estava ele, na maior cara de pau, na parede logo acima da minha cama, pronto pra mais uma sessão de tortura. Obeso. Quase uma mosca.
Peguei minha havaiana, mirei o FDP e num movimento único, rápido e ágil, dei-lhe uma chinelada capaz de matar uma varejeira.
Minha satisfação foi solitária, mas tudo bem.
A parede suja de sangue era a prova do meu crime.
Assassinato Doloso. Com muito dolo.
Fabi, que tal um inseticida! Essa dava para passar no vestibular. kkk
ResponderExcluirSandálias havaianas são como tampa de caneta Bic e como Bombril, tem "miliumas" utilidades. Para baratas então, nem se fala...Agora, para isso, é preciso ter coragem e não ter nojo!!
ResponderExcluirFantástica a sua descrição. É muito da nossa natureza humana traçar estratégias para matar mosquitos. É uma delícia quando dá certo. Justiça com as próprias mãos, ao menos aos mosquitos, né?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPorem, as estrategias vao por agua abaixo quando se trata de uma barata...completamente ADHOC.
ResponderExcluirConsigo te enxergar claramente em todos os movimentos que descreve no texto.
ResponderExcluirAmei, Faby.
Muitas saudades
Syl