sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Morando Só

Eu moro sozinha. Amo. Ainda que receba muitos amigos em casa gosto de curtir o “estar só comigo” e não necessariamente estar só.
Tenho inclusive o hábito de ao chegar em casa, dizer, Oi minha Casinha. 
Eu falo mesmo, não é uma voz em pensamento.
Enquanto ela não me responder, tá tranquilo.
Isso de falar sozinho, rir, fazer comentários é bobagem, certo, tenho verdadeiras conversas comigo. Falo, me escuto, respondo, replico, enfim, normal. 
Ás vezes, a depender da necessidade, no meio de uma discussão mais profunda e séria sobre algum assunto, chego a me dirigir ao espelho e me olhar fundo nos olhos. Só pra que eu tenha a certeza do que estou querendo me dizer. 
Aquela velha estória do olho no olho, sabe.
Bem, são coisas que acontecem e muitas vezes a gente não fala, não compartilha, até pra não causar uma idéia errada a cerca do estado mental da pessoa, essa que vos fala. Mas como não ligo muito para algumas coisas, principalmente no quesito auto-escárnio, segue a seguinte narrativa.

Tenho a mania de não carregar meu celular até que ele esteja completamente descarregado. Outro dia estava chegando em casa do trabalho, meu Cel já estava nos minutos finais e para acelerar o processo resolvi ficar ligando para minha casa, onde eu sabia que não ia correr o risco de alguém atender.
Bem, pelo menos a idéia inicial era essa.
Eu já me encontrava no elevador, lá pelo 8º andar mais ou menos, e quando estava chegando no meu andar, moro no 12º, pude ouvir o telefone da minha casa tocando insistentemente. Ainda pensei: Vou correr pra atender, pode dar tempo.
Sim, eu fiz exatamente isso, com toda fé cênica que Deus me deu.
Corri corredor a dentro, abri a porta esbaforidamente e atendi o telefone, ainda com o celular na mão.
Falei: Alô? Mudo.
De novo: Alô?
3x. Falei 3 vezes. Indignada que não me respondiam.
Mas desliguei o telefone intrigada: Estranho, parecia que tinha alguém do outro lado...
E coloquei o fone no gancho. Acho que foi só aí que minha ficha caiu. Só aí.
Houve uns segundos de constrangimento. Ninguém dizia nada muito menos eu. 
Por fim resolvi não comentar o assunto, nem pra mim mesma.
Fiquei quieta, aparentei normalidade, e com cara de paisagem fui fazer xixi. 
Como se nada tivesse acontecido.
O Silêncio é de ouro.

3 comentários:

  1. Soh vc para fazer uma maluquice dessas, a sua cara!

    ResponderExcluir
  2. RsRs...daqui até você começar a mandar e-mails, cartas etc. para voce mesma, falta um tantin assim. Vá devagar, para não tropeçar,e chegar correndo em casa p/ ver se tem correspondência (ainda mais com AR - Aviso de Recebimento!!!)

    ResponderExcluir
  3. Ô meu Deus... Eu só tenho amiga louca mesmo! rsrsrs... Outro dia Paula me contou que o marido ligou no celular dela, ela atendeu e disse que não podia falar com ele naquele momento pq estava procurando o celular dela há horas e não estava encontrando!!!

    ResponderExcluir